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sábado, dezembro 22, 2007

Um conto de Natal


Descobri este pequeno excerto de uma história de Natal, que partilho com todos os que passam por este espaço!

Julgo valer a pena ler este "Natal" de Miguel Torga:

(excerto)


"Entrou no alpendre, encostou o pau à parede, arreou o alforge, sacudiu-se, e só então reparou que a porta da capela estava apenas encostada. Ou fora esquecimento ou alguma alma pecadora forçara a fechadura.

Vá lá! Do mal o menos. Em caso de necessidade, podia entrar e abrigar-se dentro. Assunto a resolver na ocasião devida... Para já, a fogueira que ia fazer tinha de ser cá fora. O diabo era arranjar lenha.

Saiu, apanhou um braçado de urgueiras, voltou, e tentou acendê-las. Mas estavam verdes e húmidas, e o lume, depois dum clarão animador, apagou-se. Recomeçou três vezes, e três vezes o mesmo insucesso. Mau! Gastar os fósforos todos, é que não.

Num começo de angústia, porque o ar da montanha tolhia e começava a escurecer, lembrou-se de ir à sacristia ver se encontrava um bocado de papel.

Descobriu, realmente, um jornal a forrar um gavetão, e já mais sossegado, e também agradecido ao Céu por aquela ajuda, olhou o altar.
Quase invisível na penumbra, com o divino filho ao colo, a Mãe de Deus parecia sorrir-lhe.

- Boas festas! - desejou-lhe então, a sorrir também.

Contente daquela palavra que lhe saíra da boca sem saber como, voltou-se e deu com o andor da procissão arrumado a um canto. E teve outra ideia.

Era um abuso, evidentemente, mas paciência. Lá morrer de frio, isso vírgula! Ia escavacar o arcanho. Olarila! Na altura da romaria que arranjassem um novo.

Daí a pouco, envolvido pela negrura da noite, o coberto, não desfazendo, desafiava qualquer lareira afortunada. A madeira seca do palanquim ardia que regalava; só de se cheirar o naco de presunto que recebera em Carvas crescia água na boca; que mais faltava?

Enxuto e quente, o Garrinchas dispôs-se então a cear. Tirou a navalha do bolso, cortou um pedaço de broa e uma fatia de febra, e sentou-se. Mas antes da primeira bocada a alma deu-lhe um rebate e, por descargo de consciência, ergueu-se e chegou-se à entrada da capela. O clarão do lume batia em cheio na talha dourada e enchia depois a casa toda.

- É servida?

A Santa pareceu sorrir-lhe outra vez, e o menino também.

E o Garrinchas, diante daquele acolhimento cada vez mais cordial, não esteve com meias medidas: entrou, dirigiu-se ao altar, pegou na imagem e trouxe-a para junto da fogueira.

- Consoamos aqui os três - disse, com a pureza e a ironia dum patriarca. - A Senhora faz de quem é; o pequeno a mesma coisa; e eu, embora indigno, faço de S. José"


Feliz Natal!

terça-feira, dezembro 18, 2007

Estas eleições ainda vão fazer correr muita tinta!...


Recolhi há momentos no Público online:

"Resultados da votação ainda não foram divulgados
Candidatos à Ordem dos Enfermeiros prometem impugnar eleições
18.12.2007 - 20h38 Margarida Gomes

Dois dos candidatos que disputaram, na semana passada, as eleições para os órgãos sociais da Ordem dos Enfermeiros (OE) vão impugnar o acto eleitoral por, alegadamente, existirem “irregularidades”, sustentando que o processo “está controlado exclusivamente pela candidatura afecta à actual bastonária [Maria Augusta Sousa]”.

”O processo está armadilhado desde o início e agora entrou em roda livre, ou seja, já ninguém controla a situação e por isso é que os resultados não são divulgados”, acusa José Azevedo, em declarações ao PÚBLICO, garantindo que, independentemente do resultado, irá impugnar as eleições.

“Mesmo que vença as eleições vou impugná-las, porque não quero ficar associado a um processo que em nada dignifica a classe dos enfermeiros. Eles merecem que as eleições para os órgãos que os reapresentam sejam feitas com lisura e democraticidade e nem uma coisa nem outra foram garantidas neste caso”, insurge-se José Azevedo.

Ambos os candidatos denunciaram ontem “a existência de um conjunto de “irregularidades, desde de terem sido colocados votos nas urnas que depois não têm correspondência nos cadernos eleitorais, pessoas que não conseguiram exercer o direito de voto, como aconteceu, por exemplo, em Coimbra, à falta de um regulamento eleitoral específico”. “Todo este processo está gatado”, insiste o candidato.

Mais reservado, Carlos Folgado, que viu o seu processo rejeitado num primeiro momento pela comissão eleitoral pelo facto de a lista que apresentou para a mesa da assembleia geral e do conselho directivo nacional não reunir o termo de aceitação do cargo de todos aqueles que inclui na lista, afirma que está a reunir todos os factos que lhe têm chegado ao conhecimento e que indiciam que “o processo contém ilegalidades”. “O que está a acontecer não tem explicação. É um absurdo esta deslealdade, esta direcção está a tentar esconder algo que está na cara de toda a gente”, denuncia.

“Como é possível que os votos por correspondência não sejam escrutinados por elementos de todas as candidaturas?”, questiona Carlos Folgado, reclamando a impugnação das eleições. “Estou a reunir todas as informações de que disponho e amanhã denunciarei o que se está a passar”, promete.

Ao que o PÚBLICO apurou, os dois candidatos vão reunir-se amanhã à tarde no escritório do advogado de Carlos Folgado, em Lisboa, prevendo-se que no final do encontro possa sair uma posição conjunta que passará, segundo garantem, entre outras medidas pela impugnação do acto eleitoral para os órgãos sociais da Ordem dos Enfermeiros para o mandato 2008-2011.

As eleições para bastonário da OE realizaram-se na passada quinta-feira, mas os resultados ainda não foram divulgados. A Ordem colocou no seu site a informação de que “a divulgação dos resultados estava prevista para 17 de Dezembro, uma vez que os votos por correspondência foram recepcionados até ao dia 14. Contudo, por falta de apuramento numa das secções regionais, tal não aconteceu (...)”. A secção em causa é diz respeito à zona Sul e corresponde àquela que abrange o maior número de enfermeiros com capacidade de voto."


Parece que as mazelas deixadas por estas eleições e por um processo eleitoral atribulado, ainda estão para durar!...

segunda-feira, dezembro 17, 2007

A Enfermagem Portuguesa em debate no RCP

À espera da publicitação dos resultados das eleições para a Ordem dos Enfermeiros, deixamos aqui uma notícia e o link de uma entrevista ao Rádio Clube Português, retirada do site da Ordem dos Enfermeiros:

"O «Janela Aberta» da passada sexta-feira, 14 de Dezembro, Ana Sousa Dias, jornalista do Rádio Clube Português, entrevistou o Enf. Jacinto Oliveira, Vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros, o Enf. Pedro Pardal, da Unidade de Saúde Familiar Gama do Centro de Saúde de Torres Vedras, e a Enf.ª Ana Cristina Mesquita, enfermeira supervisora em ambiente hospitar.

Em debate esteve a Enfermagem em Portugal, sendo que as abordagens foram feitas do ponto de vista do regulador, de quem exerce nos Cuidados de Saúde Primários e de quem trabalha num hospital. O paradoxo entre carência de enfermeiros e desemprego, a proximidade com os utentes e o relacionamento entre médicos e enfermeiros foram alguns dos aspectos focados.

Para ouvir a entrevista por favor clique no link abaixo apresentado e faça download do ficheiro."

http://195.23.58.155:8080/streamradio/2007/12/WMS_RM_FILTER/19147582.mp3

terça-feira, setembro 18, 2007

Ser Português

Depois de algumas semanas de merecido descanso (digo eu!), há muitos assuntos a desenvolver nos próximos tempo neste espaço, mas porque gostaria de começar por um assunto que é do meu gosto pessoal (desporto), vou começar com um apelo ao sentimento patriótico e com uma homenagem a um conjunto de desportistas que me fazem sentir orgulho em ser Português, apesar de tudo...

Viva Portugal e os Portugueses que tem orgulho em o ser!

Por, Nuno Presa Cardoso
(Expresso):

Não me importo de não saber as regras.
Não me importo que joguem com as mãos.
Não me importo que a bola não seja uma bola.
Não me importo que os defesas ataquem e os atacantes defendam.
Não me importo que só passem para trás.
Não me importo que chutem sempre por cima da trave.
Não me importo que gritem ensaio e não golo.
Não me importo que agarrem os adversários. Não me importo que os façam cair nem que os pisem.
Não me importo que não discutam com o árbitro.
Não me importo que andem sempre no chão.
Não me importo que façam placagens baixas. Ou altas ou onde for.
Não me importo que usem plástico nos dentes e borracha na cabeça.
Não me importo que sejam quinze.
Não me importo que usem aqueles calções.
Não me importo que andem ao colo uns dos outros.
Não me importo que precisem de pilares.
Não me importo que tenham nomes como talonador.
Não me importo que se juntem todos para fazer uma mellée.
Não me importo que os avançados venham aos packs.
Não me importo que chutar a bola para fora possa ser uma jogada brilhante.
Não me importo que o árbitro fale muito. Não me importo que haja um vídeo-árbitro.
Não me importo de nunca ter ouvido falar em ruck ou em maul.
Não me importo que as equipas tenham asas.
Não me importo que haja um médio de formação com elevada formação, ou que o médio de abertura sirva para fechar.
Não me importo que depois de um ensaio ainda castiguem o adversário com um penalty.
Não me importo que não digam banalidades. Não me importo que não apareçam na primeira página.
Não me importo que não haja um figo porque há três uvas.
Não me importo que tenham perdido com a Escócia e muito menos me importo que percam com a Nova Zelândia.
Nada disto me importa.
Quando me voltarem a perguntar o que é ser português já tenho um vídeo para mostrar. Obrigado.

sexta-feira, julho 20, 2007

CMRRC - Rovisco Pais

Da imprensa de hoje, JN:


"Os deficientes motores internados no Hospital Rovisco Pais (HRP), na Tocha, vão usufruir de carros eléctricos que dispensam condutor para deslocações entre os pavilhões da instituição. O projecto é inédito e está a ser desenvolvido na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e no Instituto Pedro Nunes. A sua pertinência decorre da distância que separa os pavilhões do HRP, que tem 144 hectares, e o tipo de doentes internados pessoas com défices extremos de locomoção, como paraplégicos, que percorrem quilómetro e meio entre os edifícios onde dormem e onde fazem reabilitação física.Actualmente, as deslocações fazem-se numa "carrinha que exige motorista e é pouco ecológica é cara!", resume o director hospitalar Fernando Martins, ressalvando o caso dos paraplégicos que fazem, com bom tempo, o caminho de cadeira de rodas. Com os carros "inteligentes" - a direcção e velocidade são determinadas por informação transmitida magneticamente por um cabo disposto ao longo do caminho -, o HRP oferecerá mais autonomia aos doentes. Bastar-lhes-á carregar no botão de um PDA, para chamar o carro, entrar e carregar em novo botão, correspondente ao destino. Os tetraplégicos poderão não dispensar o acompanhamento de um auxiliar, embora o líder do projecto, Jorge Dias, preveja que o carro também obedeça a comando de voz.Ainda não há data para a inauguração deste transporte, mas é prometido empenhamento. "Temos um grande problema de mobilidade, pelo que, quanto mais rápido o resolvermos, melhor", diz Martins. O HRP aguarda a importação de carros, com lotação até oito cadeiras, e a posterior instalação da tecnologia que está a ser desenvolvida pelos investigadores Jorge Dias, António Cunha, Hugo Freitas e Pedro Serra.A novidade do projecto é o uso de veículos sem condutor com pessoas (já são usadas na indústria com mercadorias) e em contexto hospitalar. A Holanda está a desenvolver uma experiência com transporte de pessoas, na cidade de Roterdão, mas foi suspensa, por problemas técnicos."É um bom projecto!" Em 2005, Marco Marques, 33 anos, caiu de um pinheiro e ficou paraplégico. Vai no terceiro internamento no Hospital Rovisco Pais, concelho de Cantanhede, e já dá uns passos, com canadianas. Mas é em cadeira de rodas que faz viagens diárias de um quilómetro e meio, entre os pavilhões onde tem cama e mesa e onde faz reabilitação física. Ontem, ao fim de dez minutos de conversa com jornalistas, inclinou-se para a frente, mirou um carro em testes, recostou-se novamente na cadeira de rodas, e deu a sentença "Não, isto é um bom projecto!". E manteve a opinião, sem queixas, no regresso da viagem experimental. Revelou-se menos exigente do que o outro paraplégico que experimentou o carro. Não admira: Nelson Oliveira, que tem 31 anos e sofreu um grave acidente de moto, é engenheiro mecânico. Achou o carro "bastante funcional", mas disse que "tem um arranque violento [a velocidade máxima é 10 km/hora] e é muito instável para uma pessoa com uma lesão medular mais alta". Líder do projecto científico, Jorge Dias respondeu que o arranque é afinável e a instabilidade deve-se ao desgaste das suspensões do veículo, em testes diversos há anos. Mas, frisou, "este tipo de críticas é mais que bem vindo". "A engenharia em Portugal peca muito por falta de atitude crítica dos consumidores", observou."


Nelson Morais

quinta-feira, julho 19, 2007

Singela homenagem a um grande músico

A simplicidade de um abraço!
Pelos braços mais famosos da música portuguesa. Encosta-te a mim é um ponto de encontro da música.
Aqui faz-se história e é neste encontro que
a mesma promete continuar com grande força.
Desde Lena D'agua a David Fonseca, os artistas nacionais unem-se, não por uma causa, mas por um laço comum.
Enfim uma fotografia de grupo, tirada por Jorge Palma.

Para mim a música portuguesa que mais me agradou desde há muitos anos...

Parabéns, Jorge Palma.




Deixo aqui também a letra irrepreensível:



Encosta-te a mim,

nós já vivemos cem mil anos

encosta-te a mim,

talvez eu esteja a exagerar

encosta-te a mim,

dá cabo dos teus desenganos

não queiras ver quem eu não sou,

deixa-me chegar.

Chegado da guerra,

fiz tudo p'ra sobreviver em nome da terra,

no fundo p'ra te merecer

recebe-me bem,

não desencantes os meus passos

faz de mim o teu herói,

não quero adormecer.

Tudo o que eu vi,

estou a partilhar contigo

o que não vivi, hei-de inventar contigo

sei que não sei, às vezes entender o teu olhar

mas quero-te bem, encosta-te a mim.

Encosta-te a mim,

desatinamos tantas vezes

vizinha de mim, deixa ser meu o teu quintal

recebe esta pomba que não está armadilhada

foi comprada, foi roubada, seja como for.

Eu venho do nada porque arrasei o que não quis

em nome da estrada onde só quero ser feliz

enrosca-te a mim, vai desarmar a flor queimada

vai beijar o homem-bomba, quero adormecer.

Tudo o que eu vi,

estou a partilhar contigo o que não vivi,

um dia hei-de inventar contigo

sei que não sei, às vezes entender o teu olhar

mas quero-te bem, encosta-te a mim.



Jorge Palma

quinta-feira, julho 05, 2007

Mais uma Vitória!


Hoje a um pequeno passo da concretização de um objectivo pessoal e profissional encontrei este poema de Fernaando Pessoa que representa na íntegra o meu sentimento actual. Partilho-o com todos os que fizeram comigo esta caminhada mas, especialmente à minha família.



“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.


Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.


É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.


Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta...


Pedras no caminho?


Guardo todas, um dia vou construir um castelo."


Fernando Pessoa

quarta-feira, julho 04, 2007

Um verdadeiro Lider!

Enviaram-me um email, que dá a imagem real de um verdadeiro Líder.
A história é esta:

_ Uma menina, de13 anos, ganhou um concurso e foi cantar o hino dos EUA num jogo da NBA.

Vinte mil pessoas no estádio, afinadíssima e tal, mas de repente as pernas tremem, ela engasga-se e esquece-se da letra!...

Que situação: 13 anos, sozinha diante de um estádio pronto a vaiá-la e pronto a dar uma gargalhada geral!...


De repente, Mo Cheeks, técnico dos Portland Trail Blazers, aparece ao seu lado e começa a cantar, incentivando-a, e incentivando o público a cantar também.

O que é que é mais incrível nesta história...

só o técnico tomou a iniciativa de ir até lá e ajudar a jovem, enquanto os outros à volta dela, só observavam, fazendo um esforço para não se rirem...


É um exemplo de uma atitude de liderança e solidariedade na hora certa, o que faz toda a diferença na ajuda ao próximo e no "dar a volta" ao jogo
(e à vida) nas situações mais difíceis.

QUANTOS DE NÓS FARÍAMOS O MESMO QUE ELE?...



terça-feira, junho 19, 2007

Algo diferente!...

Também sou um daqueles pais que ficou fascinado por este Ogre Verde (apesar de não gostar nada desta cor!). Por isso apetece-me hoje partilhar convosco este pequeno vídeo de apresentação...


Em estreia dia 21 de Junho, em todos os cinemas. A não perder (clicar no título para ver a versão portuguesa do Site Oficial)!

Como dizia o outro:

Let´s look at a trailler!...


quarta-feira, junho 06, 2007

O debate na TSF de 22 de Maio

Finalmente posso deixar aqui o link que permite ouvir (clicar na imagem em baixo, para ouvir a emissão), na íntegra, o debate realizado no dia 22 de Maio na TSF com a presença da Bastonária da Ordem dos Enfermeiros a Enf.ª Maria Augusta Sousa, o Sr. Ministro da Saúde, Prof. Correia de Campos, o Dr. Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, o Prof. António Arnault, ex-Ministro dos Assuntos Sociais e «pai» do SNS e o Dr. Paulo Mendo, ex-Ministro da Saúde (PSD).

sábado, junho 02, 2007

Da imprensa de hoje!


Não sei porquê, mas estes assuntos tocam-me muito profundamente e fazem-me pensar na importância da vida, da continuidade dos cuidados de saúde e acima de tudo, da necessidade de ser persistente e nunca deixar de acreditar!





Um ferroviário polaco que ficou em coma em 1988 devido a um acidente despertou ao fim de 19 anos, anunciou hoje a cadeia de televisão privada Polsat.
Vítima de um choque contra um vagão, Jan Grzebski desenvolveu um tumor cerebral, que lhe afectou os movimentos e a fala até o imobilizar completamente.
_Vi tudo, ouvi os médicos dizerem que eu teria um mês ou dois de vida mas não podia reagir, relatou à estação televisiva, acrescentando que deve a sua via à mulher, Gertruda:
_ Foi ela que cuidou sempre de mim, foi ela que me salvou a vida.
Pai de quatro filhos na altura do acidente, Grzebski tem hoje onze netos. Quando ficou em coma, a Polónia ainda era um país comunista mas hoje faz parte da União Europeia e da NATO.
_ O que hoje me espanta são estas pessoas todas que se passeiam a falar ao telemóvel e não páram de se queixar. Por mim, não tenho nada a lamentar, argumentou. "


Diário Digital / Lusa

sexta-feira, junho 01, 2007

Dia Mundial da Criança

A propósito do Dia Mundial da Criança vejam este vídeo, já tem uns "aninhos" mas é muito actual!

Madaram-me com este texto:

"PARA APLAUDIR DE PÉ
Recebi de um grande amigo, e se pudesse eu mesmo faria chegar este manifesto a cada computador deste planeta. Não por ter sido escrito e lido por uma criança, mas pela força verbal , é de fazer encolher e desaparecer adultos irresponsáveis. (Especialmente os Politícos de todo o Mundo)..."
A tradução para Português deixa um pouco a desejar, não é tão forte, mas dá para entender.

quarta-feira, maio 30, 2007

Um Prémio?!...

Quem diria!...


Pouco mais de um ano após o nascimento do Blogue ENFERMAGEM XXI, chega até ao nosso conhecimento a escolha para o Prémio "Blogue com Tomates"!!!...



A primeira coisa que nos veio à cabeça quando tivemos conhecimento do prémio foi que, este Blogue sempre deu valor aos tomates e a todo o fantástico mundo da fruta mas, um "reconhecimentozinho" é sempre um motivo de orgulho para qualquer Blogue que se preze...



Depois, fora de brincadeiras e de uma forma mais séria queremos agradecer a honra da distinção ao Criancices, um blogue fantástico que recomendamos sobretudo aqueles que se interessam por assuntos do âmbito pediátrico.



Este é o o selo que distingue os Blogues escolhidos com este prémio:





Quem quiser conhecer melhor esta distinção, basta clicar aqui!


Finalmente, vem a parte mais difícil, escolher outros cinco Blogues para esta distinção.


Assim após um retiro em clausura total, adoptando um critério que manteremos para sempre sigiloso, aqui vão as nossas cinco escolhas (sem qualquer ordem hierárquica de escolha):










Não foi fácil!...



Enfermagem XXI


domingo, maio 27, 2007

Asembleia da Ordem de 19 de Maio


Para todos os que se encontram a frequentar as Pós-Licenciaturas de Especialização nas várias áreas da Enfermagem e para todos os que pretendam saber como irá ser no futuro o acesso à Especialização, deixamos aqui o essencial do que foi aprovado nessa Assembleia geral, onde estiveram presentes cerca de 950 Enfermeiros:



"art.º 7º............. 3 – O título de Enfermeiro Especialista reconhece competência científica, técnica e humana para prestar , além de cuidados gerais, cuidados de enfermagem especializados em áreas específicas de enfermagem.



4 – O título de enfermeiro especialista, na respectiva área clínica, é atribuído ao detentor do título de enfermeiro que:



a) Obtenha aproveitamento no final da segunda fase do internato de enfermagem de acordo com o respectivo regulamento;



b) Seja portador de habilitações referidas na portaria 268/2002 de 13 de Março, cuja formação se tenha iniciado antes da entrada em vigor do presente Estatuto;



c) Seja portador de curso legalmente instituído antes da entrada em vigor da portaria referida na alínea anterior e que confiram direito a título de enfermeiro especialista."

segunda-feira, maio 21, 2007

O SNS - Debate na TSF


Amanhã, dia 22 de Maio, a nossa Bastonária, Enf.ª Maria Augusta Sousa, participará pelas 14.10H, no último debate da TSF sobre a Saúde.


Será mais uma ocasião para fazer ouvir e sentir a "voz dos Enfermeiros" e desejar que a sra. Bastonária continue a dar contributos, se não melhores, que sejam pelo menos de igual nível aos que ultimamente tem (e bem!), expresso na comunicação social. É isso que os Enfermeiros esperam!


São ainda convidados do programa o Sr. Ministro da Saúde, Prof. Correia de Campos, o Dr. Pedro Nunes, Bastonário da Ordem dos Médicos, o Prof. António Arnault, ex-Ministro dos Assuntos Sociais e «pai» do SNS e Dr. Paulo Mendo, ex-Ministro da Saúde (PSD).

Espero pessoalmente ainda que estes debates sejam um ponto de viragem para os media e em especial a TSF (a quem já tive oportunidade de enviar um email manifestando-me indignado pelo facto de a nossa Ordem, a maior ordem profissional, não estar representada no programa diário "A Ordem do Dia") rever a sua visão sobre a importância da Enfermagem e dos Enfermeiros no Sistema de Saúde deste País.

Vamos aguardar!...


sábado, maio 12, 2007

Dia 15 de Maio: Reunião com o SEP - Rovisco Pais


Uma reunião muito importante para todos os que ali trabalham e um momento eventualmente importante e decisivo no futuro da Enfermagem de Reabilitação em Unidades Especializadas como é o Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro - Rovisco Pais.
É imprescindível a presença e sobretudo a opinião de todos.
(Clicar na imagem para ver programa)

Um ano de Enfermagem XXI


Dou por mim a pensar, uma vez mais, como o tempo voa!
Um ano de blogosfera!...

Iniciou-se timidamente este espaço no "Dia Internacional do Enfermeiro" de 2006 e hoje já em 2007, um ano depois, aqui estamos a reflectir e a olhar para doze meses de inúmeros textos e de algumas lutas travadas em prol da saúde e sobretudo da Enfermagem em Portugal.

Aquilo que começou por ser um passatempo, uma forma de escrever e de pensar a "Enfermagem, a saúde e os seus protagonistas", que se reflectiu no desafio do primeiro post a todos aqueles que pensam, que têm opinião e que gostam de a partilhar com outros, tem vindo paulatinamente a dar alguns frutos, desencadeou e partipou em várias lutas com outros blogues de Enfermagem e sempre com o contributo dos Enfermeiros Portugueses, pelo que ao olhar para trás julgo podermos afirmar, sem falsas imodéstias, que o balanço após este primeiro ano ultrapassou todas as nossas melhores expectativas.

O número de visitas, de comentários, de textos e imagens recebidas, aumentou consideravelmente o gosto já existente, por estes novos meios de comunicação.
Este confronto de ideias, tem mostrado que no presente e sobretudo no que ao futuro da Enfermagem e daqueles que a representam diz respeito, nada mais será como dantes e a blogosfera veio democratizar definitivamente a Enfermagem no nosso país.

O futuro é já agora e o - Enfermagem XXI - irá procurar continuar a trilhar um caminho de respeito pela profissão de Enfermagem, pelos Enfermeiros e por todos os protagonistas da saúde.

O c aminho irá continuar a fazer-se... caminhando!


Obrigado a todos os que por aqui vão passando, esperamos e contamos sempre convosco, assim como dos vossos preciosos contributos!
Enfermagem XXI
P. M. G.

terça-feira, maio 08, 2007

Maio – Mês do Coração


Retirado de www.saude.sapo.pt


Vêm aí mais um mês de Maio, Mês do Coração. Todos os anos é assim.

Apesar de o comemorarmos apenas uma vez por ano, há quem o viva todos os dias. Há quem, por variadíssimas razões, tenha que o ter sempre presente, a condicionar a sua maneira de viver ou de estar.

Foi um mês que provavelmente esteve no seu imaginário sempre que nos ouvia na rádio, nos via na televisão ou sempre que passava os olhos pelas notícias que apareciam nos jornais e nas revistas, mas sem nunca lhe dar a devida importância.

Provavelmente muitos outros tiveram a felicidade de nos ouvir, de nos ler, de seguir alguns dos nossos conselhos, de ter feito algumas das mudanças que sempre propomos e que sempre incentivamos.

Seja como for, há provavelmente muitos mais este ano que nos irão dar muita atenção e que nos irão escutar com outros ouvidos e isto porque de 2003 para 2004 morreram menos pessoas por doenças cardiovasculares em Portugal (cerca de 9,5%).

A proporção de óbitos pelas doenças do coração tem vindo a diminuir ao longo dos anos, encontrando-se em 2004 nos 36,2%.

É excelente dirão alguns, é assustador, dirão outros.

De 2003 para 2004 conseguiu-se evitar que morressem cerca de 11 pessoas por dia, o que é efectivamente excelente.

No entanto apenas se evitou que 11 acidentes vasculares cerebrais ou 11 ataques cardíacos fossem fatais, não se evitou que aquelas doenças aparecessem, o que visto por este prisma parece ser assustador.

Há cada vez menos mortes (graças a Deus que as conseguimos evitar), mas há cada vez mais doentes, o que infelizmente não estamos a conseguir evitar. Este ano a Fundação Portuguesa de Cardiologia vai dedicá-lo novamente à obesidade.

É de facto um problema grave de saúde que tem vindo a crescer nas últimas décadas. Somos geneticamente capazes de resistir às privações, à escassez e à fome, mas não estamos metabolicamente preparados para a abundância.

Há cada vez mais obesos e pré-obesos (aqueles que têm sido classificados como tendo excesso de peso) e esta realidade está a atingir, de uma forma alarmante as nossas crianças, aquelas a quem não queremos que lhes falte nada (de saúde entenda-se), aquelas que amamos do fundo do nosso coração.

Mas este ano a questão da obesidade vem associada a um problema de saúde grave, a diabetes. Já falámos da obesidade e do sedentarismo, da obesidade e dos excessos alimentares, e este ano juntámo-lo à diabetes. A obesidade e a diabetes há anos que vivem juntas.

Melhor seria se nunca se conhecessem, mas a vida tem destas coisas e as doenças cardiovasculares, são para os diabéticos “amargos de boca” com que têm que viver.

A associação entre estas duas doenças é tão forte que não só o diabético é um doente que mais cedo ou mais tarde vem a sofrer de doenças cardiovasculares, como também os doentes cardíacos vêm a sua frágil saúde a complicar-se, muitas vezes, com a diabetes.

A obesidade é assim um factor comum às duas. Associados à obesidade, vêm o colesterol, a tensão arterial, o sedentarismo entre outros problemas, mas por outro lado são poucos os diabéticos que não sejam no mínimo pré-obesos, que não sejam sedentários que não tenham um colesterol elevado e uma tensão alta, entre muitos outros problemas específicos desta doença. Digamos que não há quem seja só diabético.

De certeza que se encontra um conjunto de outros factores que implicam também o coração. O diabético chega a fazer pequenos enfartes no coração (que só se vêem mais tarde no electrocardiograma) sem aquele desconforto no peito que o indivíduo não diabético sente e que o motiva a ir ao hospital.

Até parece que o diabético está irremediavelmente “agarrado” ao ditado que diz, “um mal nunca vem só”.

No entanto, um diabético que adopte uma alimentação mais cuidada, menos abundante e mais variada, que faça uma actividade física que lhe dê prazer e que reduza o seu peso, consegue também controlar melhor a sua diabetes, a sua tensão arterial, consegue andar com o colesterol mais perto dos valores recomendados, consegue, no fundo, viver uma vida plena.


Dr. Luís Negrão

Coordenador Mês do Coração 4 de Maio de 2007

sábado, maio 05, 2007

Para todas as mães do mundo


Mãe…
(Poemas escritos por várias crianças)


Mãe,
eu gosto muito de ti.
Os teus olhos parecem flores
Plantadas num jardim
És muito alegre e carinhosa
Gentil e habilidosa
És uma boa mãe
Sempre cheia de alegria.
Rute


Mãe…
Minha mãe dá amor,
É linda como uma flor…
Minha mãe é carinhosa,
Bonita como uma rosa…
Sara

Mãe,
gosto muito de ti
E sei que gostas de mim.
Dou-te o meu amor e carinho
Sempre junto com um beijinho.
Ruben


Mãe…
Mãe, teus olhos são brilhantes,
São tão bonitos como estrelas.
As tuas mãos são como seda,
O teu cabelo é macio.
Dás muito amor e carinho,
Minha mãe, és muito bonita!
Luís


Mãe…
Minha mãe me dá amor
E é como uma flor.
É muito carinhosa
E amorosa.
Gosto muito de ti.
Rita

Por Madeleine!...

Porque na vida há momentos, pequenos instantes e pequenos lapsos que cometemos no nosso papel enquanto pais (não quero aqui discutir a gravidade de cada uma dessas falhas), por breves segundos que podem vir a ser fatais e porque ninguém neste momento de angústia se deve preocupar em apontar o dedo mas, sim em rezar e esperar que os meios de busca e salvamento tenham sucesso ...
E ainda porque amanhã é um dia muito especial vamos esperar e acreditar que vai haver boas notícias para o casal inglês, que poderia ser de outra nacionalidade, nas próximas horas...
Este blogue está por Madeleine e ainda por todas as outras "Madeleines" que todos os dias desaparecem...

sexta-feira, abril 27, 2007

Estudo Europeu sobre mortes na estrada

Saiu hoje, o mais recente estudo europeu sobre a mortalidade nas estradas europeias. Como, infelizmente, seria de esperar Portugal ocupa um lugar no pódio apesar de ter registados nos últimos 5 anos (2001-2006) uma redução de 42%, nestes negros e trágicos números.

Há ainda alguns dados que ficam por divulgar e por conhecer, por enquanto e que dizem respeito à morbilidade resultante destes números e que contribuem (de que maneira) para a necessidade de cuidados (gerais e especializados) de enfermagem...


...desde a prevenção até à reabilitação!...
Para Reflectir-mos!


"Portugal situa-se no 20º lugar de uma tabela de 22 países no que respeita a sinistralidade rodoviária motivada por excesso de álcool – de acordo com o estudo europeu, 27,8 por cento das mortes em acidentes rodoviários devem-se a condutores alcoolizados. É apenas ultrapassado pela Espanha e pela França, com 28,8 e 29,5 por cento, respectivamente.

A tabela, que inclui dados de 20 Estados-membros da União Europeia e ainda da Suíça e da Noruega, é liderada pela República Checa, com uma percentagem de 4,8 e pela Áustria, com 5,9.

Uso de cinto de segurança

Segundo os dados divulgados pela Comissão Europeia, 86 por cento dos condutores portugueses de veículos particulares ou mistos usam cinto de segurança, número que coloca o país no meio da tabela.

Os franceses são os que mais utilizam os cintos de segurança, com 97 por cento, seguidos dos alemães, com 96 por cento. No outro extremo estão a Hungria, com 67 por cento de taxa de utilização de cinto de segurança, e a Bélgica, com 71 por cento. Uma em cada quatro mortes em acidentes nas estradas portuguesas deve-se a condução sob o efeito do álcool, segundo dados hoje divulgados em Bruxelas, no âmbito do Dia Europeu da Segurança Rodoviária.


Já no que respeita aos passageiros nos bancos de trás, Portugal está em 14 lugar num conjunto de 18 países, com uma taxa de utilização de 45 por cento. A Alemanha lidera esta tabela, com 89 por cento e Malta está em último lugar, com 28 por cento.

Evolução do número de mortos nas estradas
Em relação à evolução do número de mortos nas estradas, Portugal diminuiu 4 2 por cento entre 2001 e 2006, de 1.670 para 969. O Luxemburgo foi o país que teve uma maior redução – 49 por cento – de 70 e m 2001 para 36 em 2006. No mesmo período, a média de mortes dos 27 diminuiu 32 por cento, de 50.437 para 38.600.

A Comissão Europeia lançou em 2001 um Plano de acção para a Segurança Rodoviária que tem como objectivo reduzir o número de mortos para 25.000 até 2010."


Fonte: SIC online

quarta-feira, abril 11, 2007

"A Vergonha"

Porque têm sido vários os frequentadores deste espaço a manifestarem a sua opinião e indignação com o protocolo entre o Ministério da Saúde e as Farmácias, ao mesmo tempo que por um lado se critica a posição (apenas em estrevista pela Exa. Vice-Presidente) da Ordem dos Enfermeiros e os Enfermeiros se revêm melhor no texto publicado no site do SEN, vamos abrir aqui neste espaço a discussão sobre ambas as posições e sobre o que realmente é pertinente tomar como posição pela nossa classe:
Texto do SEN:



"7 de Abril de 2007


Acerca dos negócios entre o Ministro da Saúde e as farmácias (protocolos no dizer deles) discerníamos, perante os dados disponíveis, se estávamos num regime de pouca ou nenhuma vergonha. Por muito que nos custe, temos de admitir que estamos perante a mais perfeita ausência de vergonha.


As fitas que eles fazem para ocultarem as evidências.


É do domínuo público que muitos auxilirase de farm,ácia ( equivalente aos caixeiros das mercearias) praticam ilegalmente a Enfermagem, em flagrante usurpação de funções dos Enfermeiros. os donos das farmácias (farmacêuticos por via de regra e imposição legal) fecham os olhos a esta prática ilegal, pois serve para recompor os magros salários dos atendedores de balcão, já que tais serviços não podem ser contabilizados, o que não significa serem gratuitos. Os auxiliares embolsam esse dinheiro. Os patrões calam e consentem, pois reduzem as despesas da firma, com salários. O fisco também perde, porque estas «gorjetas» não estão sujeitas a tributação como as dos casinos. Os salários baixos não descontam o devido à segurança social. Todos cometem indevidamente e todos calam.


As desculpas são sempre as mesmas: dificuldade de acesso ao Centro de Saude, ainda que do outro ou, no mesmo lado da rua, esteja às moscas, um Centro de Enfermagem Permanente, vítima desta concorrência desleal.


A Ordem dos Enfermeiros, que agora se manifesta contrária ao protocolo de conveniência do Ministro da Saúde, no realinhamento de lucros mútuos (farmácias-governo) já devia ter dado mais atenção às várias denúncias de usurpação de funções (curandeirismo) praticado, às escâncaras, em inúmeras farmácias, que temos feito, prejudicando aqueles Enfermeiros que investem para exercerem, com todo o direito a profissão, em regime liberal. Até hoje, não obtivemos uma resposta. Congratulamo-nos com setas serôdias manifestações de repúdio. Vale mais tarde do que nunca. Mas é pouco; queremos mais e melhor, pelo menos igual à perseguição de colegas, que não pagam as quotas, mesmo que não exerçam, circunstância connhecida dos responsáveis da Ordem.


O Sr. Bastonário da Ordem dos Médicos não perde pitada, para minimizar as competências dos Enfermeiros e vai dizendo que são os Médicos que vigiam as vacinas nos Centros de Saúde, ou deviam ser. Nós acrescentamos que : nem uma coisa nem outra. Nunca tal se viu. quem ministra e controla o Plano Nacional de Vacinas são os Enfermeiros. Os Médicos, quando saem para o campo da prevenção, só dizem e fazem asneiras, pois a sua vocação e fornação é para as doenças, embora queiram meter o nariz, mesmo onde não são chamados. É óbvio que se uma vacina fizer adoecer uma pessoa, o Enfermeiro não hesita em dirigi-la ao Médico, agora sim, no seu âmbito.


O Bastonário da Ordem dos Farmacêuticos vai dizendo que já há um número, embora reduzido de farmácias, segundo ele, onde com autorização prevista na lei (não diz qual), se dão vacinas. Reconhece que será precisa a contratação de profissionais qualificados (será que se refere a Enfermeiros ou a algum parafarmacêutico?), mas nota que «há farmacêuticos com qualificação em, administração de fármacos».


Sinceramente não conhecemos mas não excluímos essa possibilidade, embora nos inspira dois reparos reais, não hipotéticos, muito sérios:


O primeiro é que deontologicamente o Médico e o Enfermeiro se privam de exercerem nas farmácias a sua profissão, para não sucumbirem à tentação de venderem ao seu Cliente «gato por lebre», como é que, por enormidade de razõpes, o farmacêutico, que se devia privar de administrar os seus «medicamentos» aos Clientes da sua farmácia, está preparado numa área que o não dignifica, nem justifica;


O Segundo é que gostaríamos de ver o farmacêutico a esperar pelos Clientes em horas de funcionamento da farmácia, sobretudo os que passam por lá, mais habitualmente, para ministrarem vacinas, talvez de lotes em limite de prazo...


Diz o ditado que Deus «manda sermos bons e não manda sermos lorpas».


Seguindo a lógica do Ministro da Saúde e do Bastonário dos Farmacêuticos, vamos propor um protocolo para que Médicos, se o entenderem, mas sobretudo os Enfermeiros, vendam medicamentos, com desconto nos seus Centros de Enfermagem Permanente, pois se é verdadeira a dificuldade de acesso à farmácia de serviço. Quantas vezes os doentes ficam sem medicação urgente por não saberem onde fica a farmácia de serviço, nem terem meios para a demandarem!
A grandiosidade destas diferenças reside no facto de uam ser preventiva duma hipotética doença (a vacina) e não justificar interventores espúrios; a outra, salvação duma vida ( a medicação). Curisosamente a farmácia é a mais difícil de encontrar, não obstante a emergência da situação, essa sim, a requerer medidas de excepçãp.


Sendo assim, e disso não temos dúvidas, por que razão o recurso a tamanha violação da ética e Deontologias profissionais de Enfermeiros, Médicos e, sobretudo Farmacêuticos?


Qual o papel da Entidade Reguladora de quê?


Será que passou a «(des) reguladora» sem termos dado conta?


Ou será que só serve para cobrar mais taxa de inscrição repetida.


Se o Bastonário dos Farmacêuticos ao referir-se a pessoal habilitado para dar uma vacina, de quando em vez, está a pensar nos Enfermeiros, a Ordem nossa deve actualizar a lista de incompatibilidades, banindo farmácias, tanatórios e outras, para que esta desculpa deste Bastonário não seja uma farsa Bacoca.


Em nome de nada, pois uma vacina nem sequer é de ministração imediata ou urgente, donde se infere que as vacinas são o tal disfarce, o tal gato mal escondido, o Ministro feriu de morte a idoneidade moral de profissionais que devem ser insuspeitos. E não cremos que o tenha feito por desconhecimento da matéria em que se...


«Vale»!"

sábado, abril 07, 2007

Já estamos na Páscoa!

Para todos os que visitam este espaço uma:

Voltem Sempre!

ENFERMAGEM XXI

sábado, março 17, 2007

Bijuterias da Maria: para ajudar o Tiago

"O Tiago tem uma Neuropatia Hipomielinizante Congénita (Charcot Marie-Tooth). É uma doença que pode acontecer 1 em 100.000. No caso do Tiago até pode ser o único em Portugal. A doença caracteriza-se pelo facto de o corpo não produzir mielina, que é a camada que reveste os nossos nervos e é responsável pela condução dos impulsos nervosos enviados pelo cérebro. No Tiago esses impulsos não chegam ao destino, e por isso o Tiago não se consegue mexer.
A mãe do Tiago teve que se despedir do emprego para lhe dar assistência e enquanto recebeu subsídio (cerca de 365 €), ficou isenta nas consultas médicas, exames, etc. Agora que o subsídio acabou, o Estado atribuiu-lhe um subsídio de assistência a 3ª pessoa de 75 € e cortou-lhe a isenção nas consultas.
Citando a mãe do Tiago(Maria): "Como recebo muito poucas ajudas do Estado (como sempre), tive de arranjar qualquer coisa que faça com que entrem mais alguns euros no curto orçamento, e para que nada falte ao meu filho, que apesar de tudo é o que tenho de mais valioso na vida. A doença faz com ele não tenha qualquer movimento no corpo, e por isso necessita de muitas ajudas para ser movimentado, terapias, aparelhos, etc., etc."
Assim, a Maria começou a fazer bijuterias e criou um blog para as divulgar.
Nós podemos ajudar não só comprando as peças dela como também divulgando o seu blog a todos os nossos conhecidos".
Retirado do blogue "Lusitaniedades"

terça-feira, março 13, 2007

E mais nada!...


Fui hoje informado por um colega que habiltualmente visita o blogue Enfermagem XXI e também outros (como este) que podem ser linkados nesse espaço, que estavam a ser utilizadas com um fim específico noutros blogues, expressões de um post cujo título é "Assembleia da Ordem - Os Enfermeiros vão lá estar?".


Como Editor do blogue Enfermagem XXI, ponderei se haveria de fazer algum comentário sobre esse facto, até pq o responsável não se identifica e tenho por princípio não responder a anónimos, mas pq o blogue Enfermagem XXI não é um espaço de oposição a ninguém, não é partidário de qualquer facção oposocionista da Ordem, não pretende ser sequer um veículo de transmissão de um movimento em especial (todos os que existirem e desejarem terão lá os seus links) pretendemos apenas agitar consciências, pq não aceitamos o uso de determinadas expressões como aquelas que foram usadas em apêndice aos parágrafos retirados do Enfermagem XXI e ainda, pq esses comentários foram difundidos em vários blogues, entendo deixar aqui umas breves notas:


- O texto que serviu de instrumento de arremesso por um determinado anónimo (será que é Enfermeiro?), foi escrito com o objectivo de agitar consciências e provocar aqueles que criticam com termos e métodos que me parecem ser pouco eficazes e sobretudo pouco credíveis para quem pretendem trazer às suas causas;


- levar os Enfermeiros a intervir nos locais próprios e não descarregarem as suas fustrações apenas nestes espaços, aprendendo e tendo a frontalidade de as assumir nos locais próprios;


- possuir uma forma mais eficaz, económicamente mais acessível e melhor organizada, que possa permitir aos Enfermeiros que se manifestem interessados (todos deveriam estar!), participar activamente nestas Assembleias.


De qualquer forma, o Enfermagem XXI é um espaço onde todos os protagonistas se podem manifestar, desde que usem de linguagem não insultuosa!... Mesmo no anonimato!...



ENFERMAGEM XXI

segunda-feira, março 12, 2007

Assembleia da Ordem - Os Enfermeiros vão lá estar?...

Está convocada a Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros para dia 17 de Março, com início às 13.30 horas, no Grande Auditório da Faculdade de Ciências de Lisboa – Bloco C3, ao Campo Grande, com a seguinte Ordem de Trabalhos:


"1. Leitura e aprovação da acta da reunião ordinária da Assembleia
Geral realizada em 11 de Maio de 2006;


2. Discussão e votação do Relatório e Contas referentes ao ano 2006,
de acordo com o artigo 12.º, alínea b), do Estatuto;


3. Discussão e votação do Plano de Actividades e Orçamento para o
ano 2007, de acordo com o artigo 12.º, alínea a), do Estatuto;


4. Discussão e votação das propostas de alteração dos artigos
3º,6º,7º,8º,9º,20º,27º,29º,30º,31º,34º,37º,40º e 98º do Estatuto
da Ordem dos Enfermeiros de acordo com o artigo 120, alínea c) do
Estatuto da Ordem dos Enfermeiros;


5. Análise e discussão da proposta relativa ao modelo de
individualização das especialidades.
A minha pergunta é, depois das críticas que por essa blogosfera se faz à Ordem e à sua Bastonária, quantos de nós terão a frontalidade e a coragem de o fazerem no local próprio que é a Assembleia Geral?...

E já agora, porque estas reuniões são sempre feitas em Lisboa, porque não programar uma forma mais organizada e económica (pq os tempos são difíceis) para todos podermos estar presentes nesta reunião, da qual fazem parte pontos de ordem extremamente importantes e decisivos para o presente e futuro da Enfermagem em Portugal?

Fica aqui a "provocação" e a sugestão...
P.S. - Não se esqueçam que para participar na Assembleia Geral tem de ter a Cédula Profissional em dia!

sexta-feira, março 09, 2007

Duas Palestras a não perder!

De repente, eis que através do universo da blogosfera, temos acesso a duas excelentes oportunidades de assistir a duas Palestras, na Universidade Internacional da Figueira da Foz, nos dias 21 de Março e no dia 12 de Abril, sobre um tema que a pouco e pouco começa a estar na "ordem do dia" na Saúde em Portugal e que, na nossa opinião, a Dra. Ana Garret tem vindo a ajudar a discutir, esclarecer e porque não, provocar!...
Parabéns à organização que irá, com toda a certeza, ter um enorme sucesso!

Enfermagem XXI recomenda vivamente estas duas Palestras:

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Enfermeiros - Profissionais da confiança dos Portugueses

Na edição de 27 de Fevereiro de 2007, diário DESTAK, na página 5:
(Agora sim: clicar na imagem para visualizar artigo)

domingo, fevereiro 04, 2007

Um texto de Inês Pedrosa

*Em Portugal, em 2007, condena-se a seis anos de cadeia um homem inocente, apenas por querer honrar o compromisso de protecção que estabeleceu com uma criança. *
"Não faz parte do interesse da menor saber que tem um pai biológico? Faz, e isso não foi permitido" – esta pergunta e esta resposta foram proferidas pela juíza Fernanda Ventura durante a última sessão do julgamento que, nopassado dia 16, condenou o sargento do Exército Luís Matos Gomes a seis anos de prisão e a uma indemnização de 30 mil euros ao autor biológico da suafilha de quase 5 anos. Escrevo "autor biológico" porque um pai não é um legume: pai é aquele que cria, ama, protege, educa e sustenta uma criança. Ora quem exerceu essa função, desde os três meses de idade da menina em causa, foram o sargento Luís Matos Gomes e a sua mulher, Adelina Lagarto,que prescindiu da sua carreira profissional para se ocupar da criança a tempo inteiro.
Se Luís Matos Gomes e a sua mulher não tivessem acolhido estamenina, o seu involuntário progenitor, que só se lembrou da paternidade quando a menina atingia os dois anos de idade, nunca mais teria sabido dela– a mãe biológica poderia tê-la levado para o Brasil e ter feito dela o que quisesse, incluindo abandoná-la num lugar qualquer ou metê-la num saco de plástico e lançá-la ao rio, como há precisamente um ano aconteceu a dois bebés, num intervalo de dias, em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro. Quem saiba o que é criar um filho sabe que, de facto, e ao contrário do que a juíza Fernanda Ventura peremptoriamente afirmou, aos 5 anos de idade – ou aos 2, aos 3, aos 4... aos 10 – a criança não tem qualquer interesse em saber se o pai e a mãe que têm são ou não biológicos. Portugal tem aliás uma larga experiência de pais biológicos que não interessam a criança nenhuma –porque as maltratam e torturam, às vezes até à morte. Ainda há semanas foi a pequena Sara, espancada até à morte pela biológica progenitora. É evidente que uma criança adoptada tem o direito a saber que foi adoptada, mas só quando tiver maturidade para absorver essa informação – o que, como qualquer psicólogo ou psiquiatra confirmará, não acontece aos dois nem aos cinco anosde idade. Nestas idades, o interesse superior da menor é a estabilidade afectiva, como enfatizou Luís Villas-Boas, psicólogo e responsável peloRefúgio Aboim Ascensão, na noite do dia 16, num debate na Sic Notícias.
Será tão difícil colocarmo-nos na cabeça de uma criança de 5 anos e pensarmos como nos sentiríamos se, de repente, nos tirassem a mãe e o pai afectuosos que nos pertenciam para nos dizerem que a partir de agora o nosso pai era aquele outro senhor? Neste momento, de resto, a menina sofre já o afastamento forçado do pai, que está em prisão preventiva desde o passado dia 14 de Dezembro. O Natal dos seus quatro anos (completará os 5 a 12 deFevereiro) passou-o privada do pai, e numa casa que não é a sua. Mas não é Luís Matos Gomes, que sacrifica a sua liberdade e a sua carreira para proteger a estabilidade emocional da filha que acarinha desde os três meses de idade (quando o nome do seu autor biológico constava nos registos como "pai incógnito") quem reclamou dinheiro por perdas e danos, materiais ou morais. Foi Baltazar Nunes, o agora já não incógnito autor biológico, quem exigiu ao casal que amou e sustentou a menina durante estes quase cinco anos uma indemnização – e o Tribunal de Torres Novas deu provimento a esse pedido, condenando os pais adoptantes a indemnizarem Baltazar Nunes em trinta mil euros, com juros. Estes trinta dinheiros em troca de uma paternidade tardiamente – e à força – admitida, serão do superior interesseda criança? Baltazar Nunes, que chegou ao tribunal garboso, no seu porte de 1.83 m, louro e de olhos azuis, de fato completo e gravata rosa, pretende, como explicou o seu advogado, que a criança seja liminarmente arrancada aos braços da família que conhece (porque, além dos pais, a menina tem tios, madrinha, primos – e todos garantem que está de boa saúde e muito bem tratada) para não sofrer mais "instrumentalizações".
Na leitura da sentença, disse a juíza Fernanda Ventura: "Mal do dia em que haja uma Justiça para ricos e outra para pobres". Quem serão os ricos desta triste história, que opõe um carpinteiro e um sargento? Poderíamos também dizer: "Mal do dia em que houver uma Justiça para jovens altos e louros e outra para homens baixos e morenos" – e isto não significaria nada, pois não? Não foi esta a única afirmação estranha – por alheia à matéria de facto e ao apuramento da verdade que cabe ao Tribunal – produzida pela juíza Presidente do colectivo de Torres Novas (os outros dois juizes responsáveis pela decisão, Sílvia Peres e José Carneiro, mantiveram-se em silêncio).
Ao longo do julgamento, a juíza Fernanda Ventura afirmou, por exemplo: "A gente rapta uma criança e depois é assim". Ou: "Não consigo estar dos dois lados nem tenho que estar". Também o delegado do Ministério Público afirmou, em tribunal: "A criança é o cerne deste julgamento. Nós não podemos estar toldados pelo superior interesse da criança". Sucede que a lei portuguesa afirma precisamente o contrário: que, nestas matérias, o superior interesse da criança deve prevalecer em absoluto (ou "toldar-nos", de acordo com esta Moderna Terminologia Jurídica).
Em Portugal, em 2007, condena-se a seis anos de cadeia um homem inocente, apenas por querer honrar o compromisso de protecção que estabeleceu com uma criança, no dia em que a mãe biológica lha depositou nos braços com uma declaração (reconhecida pelo notário) para adopção. A coragem, o amor e a capacidade de auto-sacrifício reveladas pelo sargento Luís Matos Gomes definem-no como um homem bom e um pai exemplar. O Tribunal que o condenou não se limitou a prestar um péssimo serviço à imagem da Justiça em Portugal: criou também um espírito de alarme contra a adopção, num país que, enquanto os pais biológicos vão ali e já vêm, tem mais de 15 mil menores institucionalizados."
Inês Pedrosa

sexta-feira, janeiro 26, 2007

Fórum Especialidades - Relatório da O. E.

Podem consultar no Enfermagem XXI, o relatório da Ordem dos Enfermeiros, no que diz respeito aos Fóruns Descentralizados sobre as Especialidades em Enfermagem.
Clica na imagem!

domingo, janeiro 21, 2007

Aborto: Uma outra perspectiva


O aborto enquanto gesto contraceptivo é inadmissível. Esta é uma verdade que acredito que qualquer partidário do sim ou não, medianamente esclarecido e bem formado, não hesitará em defender.

Após esclarecer este ponto é preciso promover um olhar critico ao texto J Saraiva. Explicita ele que deve existir uma política de apoio à natalidade que entre outros aspectos facilite a vida às mães solteiras e separadas. Eu acrescentaria a todas as mães. Realmente não é fácil ser mãe e pai (solteiros ou não) com os preços existentes em jardins escolas, com os preços das fraldas, alimentação e todo o negócio em torno da puericultura, para não falar na posterior carreira escolar. Além disso é um perfeito disparate argumentar que a não existência de abortos iria resolver o problema da fraca natividade em Portugal. Seria o mesmo que defender a utilização de baldes com água para combater os fogos florestais no verão.


Discutir a cultura da morte…não! Discute-se, isso sim, a vida com qualidade, a vida desejada, a vida com felicidade, não imposta, mas desejada e acarinhada. Discute-se o direito a ter decisão na sua própria vida e na que pode gerar, com amor e com condições para a criar no seio de uma família feliz ou pelo menos funcional. Assim é possível defender os direitos da criança. Acredito que uma criança planeada e desejada ou não planeada mas desejada tem maiores possibilidades de ser feliz e bem sucedida ao longo da sua existência, ou será que o que interessa é só o momento do nascimento? E depois? E o crescimento?


Politizar esta questão, como faz J Saraiva, apenas permite lançar mais poeira, confusão e irritação para os olhos das pessoas. O aborto é uma questão de saúde pública! O aborto é uma questão de autonomia na decisão do casal! Nenhum partido ou movimento incentiva ao aborto.
O que se pretende é descriminalizar a ingrata decisão de quem, em determinado período da sua vida tem que tomar uma decisão dolorosa e difícil. Argumentar que com a descriminalização o aborto vai proliferar como cogumelos é não querer olhar em redor. Os casais e mulheres (quando decidem sozinhas) que efectuam abortos de modo regular e sistemático, já o fazem. Não precisam de alteração de lei nenhuma. E a actual lei e intervenções politicas e sociais não resolveram este problema, ou resolveram? Alimentam um negocio paralelo, que floresce a olhos vistos com consequências éticas e criando um problema de saúde publica grave. A questão são os outros são aqueles que em situações limite e que lutam por uma existência digna são criminosos apenas porque não podem tomar uma decisão que apenas a eles lhes compete. Ou então vamos negar-lhes o direito à sexualidade e vida sexual? É que acidentes e imprevistos acontecem mesmo com a utilização de métodos contraceptivos.

Melhores condições de vida? Apoios? Como já escrevi: sim. Sempre. Mas o que fizeram os movimentos contra alteração da lei desde o ultimo referendo? Os argumentos eram os mesmos. Qual foi a sua acção no terreno? Com que direito querem e persistem em impor o seu ponto de vista a outros? É que caso não tenham reparado, a alteração da lei não obriga ninguém a abortar, apenas permite que cada casal possa decidir sobre a sua vida familiar e como se constituirá a sua família. Mais, e ao contrario do que alguns afirmam, o momento da concepção não corresponde ao inicio de uma nova vida, a não ser no plano religioso.

Lembra-se ainda que educar uma criança não é só um gosto, comporta uma série de obrigações e deveres que devem ser cumpridos de modo criterioso e com enorme responsabilidade.

Nascer numa família sem as condições mínimas e sem desejo de o fazer por parte dos pais, é condenar precocemente o futuro desenvolvimento de qualquer ser humano; mas depreende-se que crime é abortar e não condenar alguém a uma vida sem afectos propícios a um correcto desenvolvimento moral, cognitvo, social e físico.

O que está aqui e causa não é aumentar o número de abortos, é permitir a escolha a cada casal e não impor a nossa aos mesmos. Repito a nova lei não obriga ninguém a abortar mas facilita a tomada de decisão em consciência.

Com a descriminalização, e com uma acção conscienciosa dos profissionais de saúde, será possível uma melhor e maior intervenção no que diz respeito ao planeamento familiar. Será possível identificar casos críticos com maior facilidade e intervir sobre eles. Todas as intervenções que os movimentos a favor do não defendem devem e podem ser implementadas sem que isso impeça a aprovação do sim. Se assim for estaremos perante uma sociedade mais justa, mais adequada a todos, com melhores oportunidades para todos. Existirão mais gravidezes e sobretudo nascimentos mais desejados e acarinhados.


Fernando Veríssimo Cardoso _ a poucos meses de ser pai.


PS_ um argumento do não tem-me confundido. Devemos votar não porque o país não tem recursos financeiros para suportar a despesa extra provocada pelos abortos. Então se tivéssemos o dinheiro necessário, como afirmam, já votariam sim?

sábado, janeiro 20, 2007

Em plena campanha de Referendo sobre o Aborto, um texto de J. A. Saraiva

JASaraiva, Sol, 06.10.14

A atracção pela morte é um dos sinais da decadência.

Portugal deveria estar, neste momento, a discutir o quê? Seguramente, o modo de combater o envelhecimento da população. Um país velho é um país mais doente. Um país mais pessimista. Um país menos alegre. Um país menos produtivo. Um país menos viável porque aquilo que paga as pensões dos idosos são os impostos dos que trabalham. Era esta, portanto, uma das questões que Portugal deveria estar a debater.

E a tentar resolver. Como? Obviamente, promovendo os nascimentos. Facilitando a vida às mães solteiras e às mães separadas. Incentivando as empresas a apoiar as empregadas com filhos, concedendo facilidades e criando infantários. Estabelecendo condições especiais para as famílias numerosas. Difundindo a ideia de que o país precisa de crianças e que as crianças são uma fonte de alegria, energia e optimismo. Um sinal de saúde.


Em lugar disto, porém, discute-se o aborto. Discutem-se os casamentos de homossexuais (por natureza estéreis). Debate-se a eutanásia. Promove-se uma cultura da morte. Dir-se-á, no caso do aborto, que está apenas em causa a rejeição dos julgamentos e das condenações de mulheres pela prática do aborto e a possibilidade de as que querem abortar o poderem fazer em boas condições, em clínicas do Estado. Só por hipocrisia se pode colocar a questão assim.Todos já perceberam que o que está em causa é uma campanha. O que está em curso é uma desculpabilização do aborto, para não dizer uma promoção do aborto.


Tal como há uma parada do 'orgulho gay', os militantes pró-aborto defendem o orgulho em abortar. Quem já não viu mulheres exibindo triunfalmente t-shirts com a frase «Eu abortei»?Ora, dêem-se as voltas que se derem, toda a gente concorda numa coisa: o aborto, mesmo praticado em clínicas de luxo, é uma coisa má. Que deixa traumas para toda a vida. E que, sendo assim, deve ser evitada a todo o custo. A posição do Estado não pode ser, pois, a de desculpabilizar e facilitar o aborto tem de ser a oposta. Não pode ser a de transmitir a ideia de que um aborto é uma coisa sem importância, que se pode fazer quase sem pensar tem de ser a oposta. O Estado não deve passar à sociedade a ideia de que se pode abortar à vontade, porque é mais fácil, mais cómodo e deixou de ser crime. Levada pela ilusão de que a vulgarização do aborto é o futuro, e que a sua defesa corresponde a uma posição de esquerda, muita gente encara o tema com ligeireza e deixa-se ir na corrente.


Mas eu pergunto: será que a esquerda quer ficar associada a uma cultura da morte? Será que a esquerda, ao defender o aborto, a adopção por homossexuais, a liberalização das drogas, a eutanásia, quer ficar ligada ao lado mais obscuro da vida? No ponto em que o mundo ocidental e o país se encontram, com a população a envelhecer de ano para ano e o pessimismo a ganhar terreno, não seria mais normal que a esquerda se batesse pela vida, pelo apoio aos nascimentos e às mulheres sozinhas com filhos, pelo rejuvenescimento da sociedade, pelo optimismo, pela crença no futuro? Não seria mais normal que a esquerda, em lugar de ajudar as mulheres e os casais que querem abortar, incentivasse aqueles que têm a coragem de decidir ter filhos?

Fim

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Este é um dos textos que considero mais pertinentes e interessantes de todos quantos foram escritos sobre este tema, faz-nos pensar na importância das coisas verdadeiramente importantes dos nossos dias...

De qualquer modo muito ainda fica por dizer e escrever! Talvez ainda regresse, um destes dias, a este tema...