É preciso não deixar que nos tratem deste modo...
A imprensa e sobretudo a maioria dos jornalistas (ou serão jornaleiros?) portugueses, que possuem carta profissional e que por isso devem respeito a um código deontológico (ou como diria o Bastonário dos Advogados a uma "jornalista" pivot de um Jornal Nacional: "Tenho dúvidas que o conheçam?"), é na minha opinião nos dias de hoje, a par com a justiça, uma das maiores vergonhas da democracia no nosso país!
Há inúmeros exemplos, que dia a dia são demonstrativos desta realidade. Na política, no desporto, na economia, etc., etc...
Obviamente que a estes profetas de microfone e de caneta na mão, que procuram sobretudo a especulação, a não-notícia, a pimbalhada, não interessam assuntos com verdadeiro valor jornalístico, com substância e com interesse efectivo e real. Eles são sobretudo "vozes do dono", papagaios amestrados e marionetas de uma imprensa que há muito deixou de informar e o que faz é sobretudo desinformação e especulação.
E a culpa, na minha opinião, não é desses grupos de comunicação, é daqueles que não pensam pela sua cabeça, não são capazes de pensar além daquilo que ouvem, daqueles que há muito deixaram de participar na vida cívica e de afirmar que esta não é a imprensa, o país que queremos: os verdadeiros culpados são muitos Portugueses, que continuam a ler, a ouvir e a deixar que os manipulem.
Talvez ainda estejamos muito longe da idade da razão, do país e do povo adulto que não permite que lhe metam pelos olhos e pelos ouvidos a dentro, uma realidade virtual, um mundo de "faz de conta"...
Posto isto, caríssimos colega, venho aqui chamar a atenção para a necessidade de não deixar passar em branco e alertar todos, para o desrespeito pelos Enfermeiros e pela Enfermagem Portuguesa da parte de alguns escrivas e jornaleiros da treta, mais interessados em faits divers do que na essência das questões e naquilo que realmente tem valor enquanto informação, enquanto notícia...
É o Portugal que temos, infelismente, mas não me resigno que assim tenhamos que continuar...
Convido-vos então a ler este comunicado do Sindicato dos Enfermeiros, bem escrito e que assenta num pressuposto que há muito defendo, não podemos fazer papel de "coitadinhos" mas também não podemos permitir que nos continuem a desrespeitar. Os Enfermeiros, são ENFERMEIROS, portanto não são Médicos, não são TAE´s, mas também não estúpidos e sobretudo são "filhos de boa Gente", como tal, sentem-se e por ora, ficamos só por, isto: "O Convite
Da Senhora Ministra da Saúde recebemos um honroso convite para participarmos numa conferência de imprensa destinada a dar conhecimento público da assinatura do acordo das duas estruturas sindicais (FENSE e CNESE) da carreira de enfermagem nova. Marcada para as 16 horas do dia 11 de Agosto 2009, comparecemos.
A Senhora Ministra expôs aquilo que foi aprovado em termos de carreira, que, aliás, é do conhecimento dos interessados, para o que basta clicar nesta página nos títulos que encimam essas matérias.
Nós também dissemos algumas coisas importantes, mesmo sem nos perguntarem nada. A seu tempo e noutro espaço daremos conhecimento circunstanciado dessas declarações. Da minha parte limitei-me a dizer que a carreira era um grande desafio para os enfermeiros, porque lhes atribuía, finalmente, o grau de licenciatura, pelo que responsabiliza directamente os Enfermeiros, perante o Povo; é também um desafio para esse Povo que tem de se adaptar a olhar para os Enfermeiros de modo diferente, de acordo com as suas competências que são frequentemente desperdiçadas em áreas onde são predominantes, como nos Cuidados Primários.
A partir daqui foi o assalto às declarações da Ministra da Saúde quanto aos desrespeitadores das regras de segurança do contágio; denuncia ou não os infractores; quem foram e onde, etc, etc. Tal foi a insistência que a Ministra teve de sair abruptamente, depois de repetir várias vezes que não tinha mais nada a declarar.
Depois alguém tinha uma encomenda relativa ao processo dos TAES, que se recusam a transportar doentes com gripe se não lhes for atribuída uma carreira.
Dizem já ter o acordo do INEM e não compreendem por que o MS não lhes aprova a carreira.Nós entendemos e o processo não vai ser tão pacífico como pensam. Lá que os médicos do INEM ou outros deleguem nos TAES as suas atribuições, não nos parece correcto mas é lá com eles. Porém, quando a acção dos TAES colidir com as competências habituais dos Enfermeiros, aí vão ter de parar, porque não lho vamos permitir. E disso não podemos deixar dúvidas, a bem da Enfermagem e dos seus destinatários.
Os jornalistas, que temos, também vão ter de ser reeducados, quanto ao valor real dos Enfermeiros, na hora da verdade!
Uma conferência de imprensa que foi convocada para falar dos Enfermeiros e que não mereceu uma palavra de referência, nos noticiários da TSF, que ouvimos, repetidamente, passando a falar de meia dúzia de TAES, como se o espaço fosse deles e da exausta problemática da gripe, mais anunciada que sofrida, tanto que até parece disfarce de coisas mais complexas…
Da razão da conferência de imprensa, nem uma palavra.
Será que a Enfermagem merece tamanha falta de consideração a estes jornalistas presentes ou aos seus editores?
Sabemos que as perguntas sobre os desrespeitadores das medidas preventivas, embora deslocadas, toleram-se. Já a introdução de um tema menor, como o dos TAES, ainda por cima coma as implicações que se prevêem na Enfermagem, é uma falta de consideração e respeito inadmissível quem nem a falta de profissionalismo justifica.Julgo que pessoas normais não gostariam disto e teriam reacções mais violentas do que nós.
Lá virá o tempo de corrigir esta falta de respeito, por nós. Vale a pena investir na nossa imagem numa era da cibernética.
Cordiais Saudações Sindicais,
O Presidente da Direcção - José Azevedo"
E nós assinamos por baixo:
Enfermagem XXI